Relato de um sonho – João Ricardo Xavier
«Mais importante do que qualquer monumento histórico, avanços tecnológicos e uma crescente infraestrutura, o que eu levo dessa viagem é a hospitalidade do povo azeri, a amizade e o companheirismo»
João Ricardo Zimmer Xavier
Diplomado do Centro Universitário Vila Velha
Coordinador de Hispaniya.com no Brasil
Antes de falar sobre essa incrível viagem é importante ressaltar os antecedentes e a importância que ela teve para mim: Estudo a quatro anos sobre o conflito do Nagorno Karabakh, e me tornei uma pessoa interessadíssima na cultura, musica e história desse país, desde as poesias, passando pelos esportes e lógico o meu concurso de música favorito, o qual o Azerbaijão é uma potência, o Eurovision; sendo assim esse concurso de redação surgiu como uma oportunidade ímpar na minha vida.
Depois de dias de espera com muita ansiedade, chegou o grande dia. No aeroporto, o encontro com as pessoas que iriam viajar comigo, e desde o primeiro momento foi muito divertido, todos animados e não sabendo muito que estaria por vir.
Depois e um voo cansativo, mas tranquilo, chegamos na madrugada em Baku, resolvido os trâmites do visto, encontramos Rashad, Kamran e Fazil que já no deram os primeiros sinais da notável hospitalidade do país.
Na chegada ao hotel o primeiro deslumbre: todos impressionados com a estrutura cinco estrelas do Marriott Absheron, e logo depois de um descanso tínhamos um dia livre, que foi importante para conhecer melhor grande parte da delegação brasileira e fazer uma caminhada que significava muito pra mim com três outros brasileiros: Ana, Isadora e Bernardo; até as proximidades do Crystal Hall, que infelizmente estava fechado,. Mas essas pessoas que acabaram caminhando comigo, fizeram parte desse momento significativo para mim, pois eu estava no lugar que por anos queria ir.
Depois de um descanso e a adaptação ao fuso de oito horas a mais, o segundo dia era o dia onde começamos a encontrar as outras delegações: África do sul, Croácia, Egito, Estados Unidos, Lituânia e Marrocos. Grande momento de descoberta de amigos ao redor do mundo e da expectativa comum a todos de conhecer o Azerbaijão.
Nesse dia assistimos a parada militar do feriado de dia das forças armadas, uma incrível demonstração do poder bélico do país;
recebemos a homenagem pelo concurso de redação no Ministério da Juventude e do esporte, visitamos o túmulo do grande líder da nação Heydar Aliyev e ao Şəhidlər Xiyabanı, memorial as vitimas do janeiro negro e aos mortos da guerra do Nagorno Karabakh, sendo um momento de muito significado para mim, ao ver que tudo aquilo que estudava era verdade e pensando que cada nome escrito nas lápides era de alguém que tinha uma história única, uma família e o seu futuro foi interrompido abruptamente.
Depois fomos à estrada! Três dias viajando pelo interior do país, passando pelo vilarejo nas montanhas Lahic, a cidade das montanhas Sheki e a segunda maior cidade do país, Ganja, cada uma especial com suas características e durante as longas viagens surgiram momentos importantes que uniram mais ainda o grupo, além de conhecer mais sobre o interior e as diferenças regionais.
De volta a Baku, no ônibus ao som de Euphoria, música vencedora do Eurovision 2012 no Azerbaijão, passamos a conhecer nos dias seguintes outros lugares excelentes, vários museus, mostrando a diversidade da cultura do país: o Heydar Aliyev Center, de arquitetura impressionante e belas exposições; Locais históricos como a cidade arqueológica de Qala; uma conferência no centro de estudos estratégicos e uma visita a, quem sabe, minha futura universidade, a Academia Diplomática do Azerbaijão; e o Incrível patrimônio Histórico da cidade velha e a linda torre da donzela.
Depois de muitos dias de viagem, tivemos uma noite intercultural, onde as delegações mostraram um pouco de sua cultura, nos divertimos muito e conhecemos um pouco mais de cada país.
Mais importante do que qualquer monumento histórico, avanços tecnológicos e uma crescente infraestrutura, o que eu levo dessa viagem é a hospitalidade do povo azeri, a amizade e o companheirismo; a educação com os estrangeiros, às vezes sem falar o idioma, mas se esforçando ao máximo para dar uma informação. Isso fica guardado mais do que as lindas fotos das flame towers ou da cidade velha.
Com tudo isso fica a sensação de um sonho realizado, mas que ainda é apenas a ponta do iceberg e sei que ainda algumas outras viagens dessas para conhecer ainda mais esse povo e esse lindo país ainda virão. Com dor no peito, porém com uma sensação de “volto logo”, se encerrou essa viagem pela terra do fogo.